quinta-feira, 26 de maio de 2011

AS FESTAS DAS FAMÍLIAS




SANTO ANTÔNIO


         “13 de junho é Dia de Santo Antônio. Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio tem milhares de devotos espalhados pelo Brasil e também em Portugal. Seu dia é comemorado em 13 de junho, em meio às festas juninas, por isso Antônio é um dos santos mais lembrados nessas festas”.

Leia aqui


                                                  Santo Antônio com menino Jesus


        No Rio de Janeiro, bairro do Cachambi, vivi minha infância, até 1961 quando me casei.

        As marcas das festas da “Igrejinha de Sto. Antônio” estão presentes em minha memória.

        A Paróquia, privilegiada por estar localizada no ponto mais alto da R. Tenente França, próximo onde minha família morava, facilitava nossa subida para participar das festas.



      Paróquia de Sto. Antônio - acesso pela R. Tenente França
       
        Naquele recanto, ainda tosco, pelos idos dos anos 1940 e 50,
realizávamos todas as práticas daquela infância, com irmãos e a gurizada das redondezas. Das coisas boas, vivenciadas, pipa, balão e bola se destacavam na preferência dos garotos; e as brincadeiras de criança da época consumiam o resto do tempo livre depois da escola.

        Os primeiros anos na vida de qualquer pessoa, os mais importantes para o desenvolvimento da personalidade e formação do caráter de um jovem, estavam preenchidos nesses momentos de entretenimentos saudáveis.

        Nos dias 13 de junho, dia de Sto. Antônio, acordados pelo barulho dos fogos às 06:00 horas, rompendo o silêncio da manhã, íamos pegar as flechas dos foguetes lançados; era o prenúncio de um dia mais alegre e uma noite cheia de atrações da festa: banda, som das músicas juninas, barraquinhas, comidas típicas, leilão, quermesse e quadrilhas caipiras, tudo sob ornamento de bandeirinhas coloridas, lanternas japonesas e miniatura de balões enfeitando o pátio externo. Pela manhã, a romaria dos fiéis para assistirem as missas nas horas marcadas e receberem os pães de Sto. Antônio e as Graças de DEUS, mudava a rotina dos moradores.

        Os fogos de artifício lançados de seis em seis horas, no curso do dia e da noite, anunciavam as comemorações na Paróquia em louvor ao santo casamenteiro e das coisas perdidas. À noite, o espetáculo dos foguetes de lágrimas que iluminavam e coloriam a escuridão e os balões que brilhavam cortando os céus.

        A visitação para a Missa, a presença dos namorados, o congraçamento e a confraternização das famílias inspiravam a convivência.

        Estes encontros, com certeza, estão presentes na lembrança de cada um.       

        Sim, as coisas boas prevalecem! Hoje, mais de 50 anos se passam e as festas de Sto. Antônio “na nossa Igrejinha” seguem mantendo esta mesma harmonia.


Altar Mor e santuário da Paróquia de Sto. Antônio do Cachambi


        Nessa associação de atos e comportamentos se consolida o fenômeno das Festas Juninas e o culto aos santos juninos, fonte inesgotável de alegria, solidariedade e fraternidade, derivada do espírito religioso das populações brasileiras, em conformidade com a Vontade Divina.

        O ritual é sólido e pertence ao culto da Igreja Católica, mudá-lo, pela impostura do Art. 42 da Lei 9605/98 e perseguido pela propaganda deletéria dos detratores do balão e predadores da cultura, é inconseqüente e representa agressão à religiosidade e negação da arte, do folclore e da cultura da nossa gente.

        Assim ocorre em outras sociedades. Suas tradições, suas crenças, seus costumes, seus folclores e suas culturas são contemplados pelo Estado de Direito, como está prescrito na Constituição Brasileira de 1988, a Constituição Cidadã.







         Viva Sto. Antônio!



        Humberto Pinto Cel






Nenhum comentário:

Postar um comentário