Brasil Carente de Lideranças
Por Carlos Augusto Fernandes dos Santos
Miriam Leitão, no artigo RECUAR
JAMAIS, publicado no Jornal O GLOBO, de 25 de outubro 2015, manifesta
sua conhecida repulsa ao estamento militar. Nele, critica o General
ANTÔNIO HAMILTON MARTINS MOURÃO, atual Comandante Militar do Sul, por
ter proferido palestra/aula para os jovens do CPOR/Porto Alegre/RS e feito
comentários sob os descaminhos éticos e políticos da corrupção brasileira.
Afirma, professoralmente e sem rodeios: “O Brasil avançou muito nos
últimos trinta anos............... Primeiro, escolhemos a democracia e a volta
dos militares aos quartéis. Definitivamente”.
Ela quer chefes militares fracos,
como freiras enclausuradas no castro, alienados dos aspectos políticos,
esquecendo-se da lapidar frase do Marechal Osório:” A farda não abafa
no peito o cidadão”. Deseja chefes eunucos, desprovidos de indignação
e honra, que continuem bovinamente assistindo o país despencar
ladeira abaixo, na senda da roubalheira descarada, conduzida por políticos
desprezíveis e bandidos que frequentam o esgoto da política, sem qualquer
manifestação de inconformidade. Generais são líderes e têm responsabilidades e
a história pátria está cheia de exemplos.
A jornalista, que desfruta de espaços
generosos da mídia, propositadamente esquece o importante papel dos Chefes das
Forças Armadas Brasileiras, na formação da nossa nacionalidade em fatos
relevantes que os compêndios de história registram.
Não tenho procuração do GENERAL
MOURÃO e nem ele precisa de mim para defendê-lo. Tenho, sim, orgulho de ser seu
subordinado, por testemunhar sua eficaz e oportuna ação de comando, quando
esclarece seus comandados sobre os desvios (morais, éticos, financeiros,
etc...) divulgados diariamente pela imprensa, que aviltam os brasileiros
honrados.
Com a responsabilidade do alto cargo
que ocupa e com a experiência acumulada ao longo de sua brilhante carreira, não
só tem o dever, mas a obrigação de alertar seus comandados, como fez
recentemente no CPOR de Porto Alegre.
O que incomoda a jornalista e sua
grei política é ver surgir, para alegria da nação, uma nova liderança nas
Forças Armadas, embasada em alicerces e princípios morais e éticos
inatacáveis. O Brasil anseia por governantes com esse perfil e com essa
coragem.
Tenho a certeza que parcela
expressiva da humilde e necessitada população brasileira aspira por
mudanças e acalenta o sonho de voltar a ser conduzida por homens
honrados. Não aceitam mais corruptos e políticos medíocres que, usando as
chicanas da esperteza, só buscam benefício próprio.
A palestra/aula proferida pelo
General MOURÃO veio em boa hora e sugere o nascimento de uma nova liderança
militar. A salutar decisão do Marechal CASTELO BRANCO de limitar o tempo de
permanência dos generais no serviço ativo, retirou dos quartéis as nefastas
discussões político-partidárias e terminou de vez com caudilhos
militares; deixou, entretanto, uma séria lacuna: o desaparecimento de
Lideranças Militares autênticas e competentes, tão necessárias nos desastrosos
e trágicos dias vividos pelo país.
Carlos Augusto Fernandes dos Santos é General
reformado.
Humberto Pinto Cel