segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ARTE, FOLCLORE E CULTURA



A Praça


"A praça é do povo! 
Como o céu é do condor".
É o antro onde a liberdade

Cria águias em seu calor
Senhor, pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a rua de seu...

Ninguém vós rouba os castelos
Tende palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.

Mas embalde... que o direito
Não é pasto de punhal
Nem a patas de cavalo
Se faz um crime legal...

Ah! não há muitos setembros!
Da plebe doem-se os membros
No chicote do poder,

E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado

Diz: já não posso sofrer.

Castro Alves
(1847-1871)



Brasa - Rio de Janeiro, 27 ago 17, Brasil


        Humberto Pinto Cel


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