SANTO ANTÔNIO
“13 de junho é Dia de Santo Antônio. Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio tem milhares de devotos espalhados pelo Brasil e também em Portugal. Seu dia é comemorado em 13 de junho, em meio às festas juninas, por isso Antônio é um dos santos mais lembrados nessas festas”.
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No Rio de Janeiro, bairro do Cachambi, vivi minha infância, até 1961 quando me casei.
As marcas das festas da “Igrejinha de Sto. Antônio” estão presentes em minha memória.
A Paróquia, privilegiada por estar localizada no ponto mais alto da R. Tenente França, próximo onde minha família morava, facilitava nossa subida para participar das festas.
Paróquia de Sto. Antônio - acesso pela R. Tenente França
Naquele recanto, ainda tosco, pelos idos dos anos 1940 e 50,
realizávamos todas as práticas daquela infância, com irmãos e a gurizada das redondezas. Das coisas boas, vivenciadas, pipa, balão e bola se destacavam na preferência dos garotos; e as brincadeiras de criança da época consumiam o resto do tempo livre depois da escola.
Os primeiros anos na vida de qualquer pessoa, os mais importantes para o desenvolvimento da personalidade e formação do caráter de um jovem, estavam preenchidos nesses momentos de entretenimentos saudáveis.
Nos dias 13 de junho, dia de Sto. Antônio, acordados pelo barulho dos fogos às 06:00 horas, rompendo o silêncio da manhã, íamos pegar as flechas dos foguetes lançados; era o prenúncio de um dia mais alegre e uma noite cheia de atrações da festa: banda, som das músicas juninas, barraquinhas, comidas típicas, leilão, quermesse e quadrilhas caipiras, tudo sob ornamento de bandeirinhas coloridas, lanternas japonesas e miniatura de balões enfeitando o pátio externo. Pela manhã, a romaria dos fiéis para assistirem as missas nas horas marcadas e receberem os pães de Sto. Antônio e as Graças de DEUS, mudava a rotina dos moradores.
Os fogos de artifício lançados de seis em seis horas, no curso do dia e da noite, anunciavam as comemorações na Paróquia em louvor ao santo casamenteiro e das coisas perdidas. À noite, o espetáculo dos foguetes de lágrimas que iluminavam e coloriam a escuridão e os balões que brilhavam cortando os céus.
A visitação para a Missa, a presença dos namorados, o congraçamento e a confraternização das famílias inspiravam a convivência.
Estes encontros, com certeza, estão presentes na lembrança de cada um.
Sim, as coisas boas prevalecem! Hoje, mais de 50 anos se passam e as festas de Sto. Antônio “na nossa Igrejinha” seguem mantendo esta mesma harmonia.
Altar Mor e santuário da Paróquia de Sto. Antônio do Cachambi
Nessa associação de atos e comportamentos se consolida o fenômeno das Festas Juninas e o culto aos santos juninos, fonte inesgotável de alegria, solidariedade e fraternidade, derivada do espírito religioso das populações brasileiras, em conformidade com a Vontade Divina.
O ritual é sólido e pertence ao culto da Igreja Católica, mudá-lo, pela impostura do Art. 42 da Lei 9605/98 e perseguido pela propaganda deletéria dos detratores do balão e predadores da cultura, é inconseqüente e representa agressão à religiosidade e negação da arte, do folclore e da cultura da nossa gente.
Assim ocorre em outras sociedades. Suas tradições, suas crenças, seus costumes, seus folclores e suas culturas são contemplados pelo Estado de Direito, como está prescrito na Constituição Brasileira de 1988, a Constituição Cidadã.
Veja e ouça: Dalva de Oliveira - Pedro, Antonio e João (1943)
video SANTO ANTONIO
Viva Sto. Antônio!
Humberto Pinto Cel
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