por: Romulo Bini Pereira
Em 1979, após muitos debates em amplos segmentos
de nossa sociedade, a Lei da Anistia foi aprovada e promulgada no
País. Ela veio pôr um ponto final no ciclo de beligerância que se
instalou na vida brasileira e criou um pacto de reciprocidade para a
reconstrução democrática no Brasil.
Nestes anos de sua vigência, as Forças Armadas
cumpriram um papel impecável. Voltaram-se para suas missões
constitucionais, sem a mínima interferência no processo político
que aqui se desenvolvia. Mantiveram-se em silêncio, acompanhando os
fatos políticos, alguns bastante perturbadores, sem nenhuma atitude
que pudesse ser analisada como intervenção no processo democrático.
Adotaram uma verdadeira lei do silêncio. Um
ajuste entre seus chefes, em busca da concórdia e do entendimento.
No corrente ano, entretanto, dois fatos vieram de
encontro à atitude das Forças Armadas. O primeiro foi a criação
da Comissão da Verdade. De modo unânime, militares da ativa e da
reserva consideraram tal comissão um passo efetivo para atos de
revanchismo. Os seus defensores – alguns deles membros da alta
esfera governamental e do Poder Judiciário – já falam em rever a
Lei da Anistia, mesmo após o Supremo Tribunal Federal ter confirmado
a sua validade...
Humberto Pinto Cel
Humberto Pinto Cel
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