03/06/2013 23:01:35
Reforço é para
garantir a segurança no espaço aéreo durante os grandes eventos
O DIA
Rio - Esse ano, as
ações de combate aos baloeiros, comuns na época de festas juninas, serão
intensificadas porque o período de festas coincide com a realização da Copa das
Confederações e da Jornada Mundial da Juventude.
O Comando de
Polícia Ambiental (CPAM) reforçará o patrulhamento e contará com auxílio de
embarcações na Baía de Guanabara e do Grupamento Aeromóvel (GAM).
Segundo o
comandante do CPAM, coronel Eduardo Frederico Cabral de Oliveira, o número de
PMs vai aumentar. “Os baloeiros passaram a fazer balões menores para facilitar
a ação deles e dificultar o trabalho da polícia”, explicou o oficial.
Além de causar
incêndios, os balões oferecem riscos à aviação. Eles podem invadir o espaço
aéreo e as turbinas dos aviões próximos ao pouso ou decolagem.
“O fluxo aéreo
nesse período será muito grande e o número de pessoas nas ruas também. Balões
colocam em risco a vida de todos”, alertou o coronel.
A pena para quem
solta balões é de um a três anos de prisão. Denúncias devem ser feitas para o
Disque-Denúncia (2253-1177).
Comento:
Baloeiro é artista! É trabalhador! É família!
Arte, folclore e cultura são bens irremediáveis, de interesse difuso, e pertencem ao povo. Estão protegidos pela Constituição Federal de 1988, Constituição Cidadã, a saber:
O Bem Cultural
O balão - balão junino - das Festas Juninas é arte, folclore e cultura e está presente no Brasil há mais de 300 anos, pergunta-se:
Quantas mortes, óbitos, já causou?
Quantos incêndios, comprovado por perícia, causou?
Quantas e quais vidas foram colocadas em risco?
Quantas refinarias, embarcações de todo o tipo, autos de transporte terreste já destruiu?
Qual risco à aviação?
Quantos incêndios, comprovado por perícia, causou?
Quantas e quais vidas foram colocadas em risco?
Quantas refinarias, embarcações de todo o tipo, autos de transporte terreste já destruiu?
Qual risco à aviação?
Quantos acidentes ocorreram envolvendo balão e avião?
Mas, a campanha de mídia sensacionalista - eft - a partir dos Anos 80, para formar opinião pública contra os balões (balões juninos) e seus artífices, atribuiu à queda de balão muitas tragédias ocorridas no Rio de Janeiro. As mais lembradas: explosão do paiol da Marinha, na Ilha do Governador; incêndio na SUIPA; incêndio na comunidade do Rio das Pedras; incêndio na caixotaria do CEASA; incêndio na comunidade DONA MARTA. Todos esses fatos foram noticiados com intensa repetição para massificar as pessoas, acusações sem provas.
Mas, a campanha de mídia sensacionalista - eft - a partir dos Anos 80, para formar opinião pública contra os balões (balões juninos) e seus artífices, atribuiu à queda de balão muitas tragédias ocorridas no Rio de Janeiro. As mais lembradas: explosão do paiol da Marinha, na Ilha do Governador; incêndio na SUIPA; incêndio na comunidade do Rio das Pedras; incêndio na caixotaria do CEASA; incêndio na comunidade DONA MARTA. Todos esses fatos foram noticiados com intensa repetição para massificar as pessoas, acusações sem provas.
Basta de leviandade!
Em 2001 ocorreu na ALERJ, Audiência Pública, que gerou resposta ao CENIPA:
O fato
mais relevante acontecido na vigência da Sociedade Amigos do Balão, SAB, foi a
realização de 2ª Audiência Pública sobre o tema: O Balão Junino e suas
Conseqüências, em 11 de junho de 2001, na ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, presidida e dirigida pelo Excelentíssimo Sr Deputado PAULO
RAMOS, PDT.
Neste
singular encontro, honraram a SAB, com suas presenças, Excelentíssimo Senhor
Major Brigadeiro IRINEU RODRIGUES NETO, Excelentíssimo Senhor Major Brigadeiro
PAULO ROBERTO CARDOSO VILARINHO, DIRETOR e SUBDIRETOR da DIRETORIA de
ELETRÔNICA e PROTEÇÃO ao VÔO, respectivamente, e Excelentíssimo Senhor
Brigadeiro do Ar ERCIO BRAGA, Presidente do CLUBE DE AERONÁUTICA; o debate foi
promissor, as autoridades da Força Aérea Brasileira veem nos balões, não
sensíveis aos radares, fator de risco para a aviação, citaram sete
"incidentes" com balões e mostraram slides de registros da colisão de
urubus com avião, não encontraram resposta para explicar a ausência de colisões
com balões, manifestaram apreço à direção da SAB e aceitaram as razões para a descriminalização
e regulamentação do "balão junino".
Na
memória de muitos, ainda estão presentes cenas da década de 1950: pilotos
decolavam seus aviões de treinamento, de hélice, em dias festivos de junho, com
muitos balões nos céus do Rio de Janeiro e permaneciam, algum tempo,
desestabilizando-os e precipitando-os em chamas. Esse exercício, de perícia
aeronáutica, provava a impotência de um simples balão, diante de um bólido que
passasse próximo. Mesmo assim, a retórica dos que condenam a prática da arte do
"balão junino" aumentou, ganhou mais um aliado. Hoje definem balão
como artefato bélico, quando propagam, através da mídia convencional, que o
balão é uma "mina aérea".
Agora,
com a mesma tônica, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos, CENIPA, divulga no seu sítio o: HISTÓRICO SOBRE OS BALÕES DE AR
QUENTE NÃO-TRIPULADOS:
Trata-se
de um "documento relatório", diga-se inoportuno, feito às pressas,
sem cuidado, com uma inicial ilustrada de fatos já conhecidos e recheado de
outros, fruto da imaginação, para adensar a "frente anti-balão", pela
formulação teórica de suporte à campanha de mídia contra os "balões
juninos" e seus artífices, baseada em dados falsos ou hipóteses
inverossímeis.
A SAB, no
seu legítimo direito de defender o "balão junino", desfaz a dúvida e
distingue balão e avião: ambos, projetos da arte do Homem, da sua natureza
mística, e no seu perpétuo desejo de voar.
Nesse
aspecto, cada um tem uma trajetória na história humana: a do balão transcende
os tempos, sua existência antecede o avião, enquanto que a dos aviões procede,
para muitos, das experiências do notável brasileiro Alberto Santos Dumont, em
Paris, junto dos franceses, nos anos 1900, que com invejável percepção do seu
espírito inventivo, com método, aos poucos, substituiu o invólucro de papel do
balão por estruturas em madeiras, bambu e pano e o ar quente pelo motor, para
ter o aeroplano, produzir o movimento e chegar ao voo dirigido.
Sua
ideia, "o homem voa", inspirou-se nas pipas e, principalmente, no
"balão junino" que construía e soltava nas noites de São João do seu
tempo de menino, no Brasil.
Santos
Dumont, em 23 de outubro de 1906, realizou o primeiro vôo em seu famoso 14 Bis,
feito de madeira e pano. A partir desse novo invento, o avião, e iniciado o
ciclo das máquinas de voar, balão e avião convivem no espaço e jamais
conflitaram.
Para
ilustrar melhor a diferença do tempo de vida de um e de outro:
"La primera noticia histórica de la existencia
de um globo nos lleva a la ciudad de Pekin (China) donde se elevó uno em 1306,
com motivo de la coronación del emperador Fo-Kien, pero no se conocen otros
datos hasta el s. XVIII".*
Em 1814, a família Pita, da cidade de Betanzos na
Galícia, norte da Espanha, solta um balão, de aproximadamente 30 metros, em
louvor a São Roque, padroeiro da cidade, festa mantida nos anos seguintes.*
A verdade
é transparente, não aceita artifícios que a maculem.
Como se
depreende, as pessoas mais importantes do oriente e ocidente cultivavam a arte
de soltar balões em homenagem aos seus mortos ou em festas para saudar os
imperadores, prática que foi se popularizando.
O balão
chegou aos céus do Brasil trazido pelos irmãos portugueses, veio incorporado
aos festejos dos santos juninos, as imemoriais Festas Juninas, onde o culto a
São João é um dos mais antigos e populares.
"O ciclo junino corresponde às festas de Santo
Antonio, São João e São Pedro. Santo Antonio é o santo casamenteiro por
excelência e o seu prestígio está junto às moças solteiras. São João Batista é
o mais importante deste período, no interior brasileiro, comemorado com
fogueiras, balões, fogos de artifícios, "casamento caipira" e
"quadrilha da roça", acompanhado de comidas e bebidas típicas. São
Pedro, o "Porteiro do Céu" é mais festejado pelas viúvas e pelos
pescadores, principalmente nas zonas marítimas, como o Rio de janeiro": http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/5ritmos/juninas.html.
Todo esse
acervo cultural está escrito na bela página do cancioneiro da música popular
brasileira.
Essa
forma de manifestação da religiosidade não pode ser olvidada, portanto, a arte
do "balão junino" de hoje não pode ser ignorada ou marginalizada por
alguns, no sentido de transformá-la em crime.
Como bem
afirmam no "documento relatório", o balão é universal. A França
importa balões do Brasil para o seu festival anual, Copa Ícaro, reconhecendo
que nossas técnicas fazem os balões mais seguros, além da sua beleza
inconfundível. A Fédération Aéronautique Internationale, FAI, sediada em
Lausanne, qualifica o balão como esporte aeronáutico.
Ainda, o
"documento relatório", reconhece que o Brasil, apesar de não ser o
único, é o país onde se desenvolvem técnicas para torná-lo cada vez mais
aprimorado, tanto que o número de "incidentes" mostrado é pequeno,
comparado com o quadro de acidentes que enlutam a aviação brasileira, veja:
|
A SAB foi
criada em 1998, seu objetivo é claro e preciso e nunca soltou balões, assim, a
acusação da soltura do balão estrela é falsa.
Importante
para o conhecimento: o "balão junino" sobe pela ação do ar quente
gerado pela queima de materiais naturais, compactados em forma de bucha: fonte
térmica auto-extinguível, de combustão total, que apaga antes de descer ao
solo, sem deixar resíduo; o botijão de gás não é usado como fonte térmica, é
utilizado para inflá-lo antes dele subir pela ação do ar quente produzido pela
bucha acesa; quanto à propalada probabilidade de balão colidir com avião, em
pleno vôo, as estatísticas não confirmam, o balão voa livre, se desloca
pelo movimento do ar.
Na parte
final, o "documento relatório" pretende desfigurar o bem cultural
"balão junino" ao considerá-lo um "problema social" que
deve ser combatido. Constitui-se essa afirmação na negação dos valores que são
protegidos pelas sociedades: a arte e a cultura do Homem e dos Povos.
(ver Constituição da República Federativa do Brasil e Declaração Universal dos
Direitos do Homem); propõe disseminar campanhas nas escolas da infância, para
criar gerações avessas ao "balão junino":
"é necessário investir em campanhas escolares,
com ações pedagógicas específicas direcionadas às crianças na faixa
supracitada, reeducando-as, formando uma nova mentalidade na população
brasileira. Agindo assim, milhares de vidas deixarão de correr risco a bordo
de uma aeronave no espaço aéreo brasileiro".***
Afinal,
quantas pessoas, passageiros de aeronaves brasileiras ou estrangeiras, foram
mortas por queda de aviões causada por "balão junino", no Brasil ?
De todo o
exposto constata-se a grande contradição: verificado o relatório, e sua
estatística de "incidentes" com balões, conclui-se que jamais um
"balão junino" deu causa a queda de avião.
No
ensejo, estamos prontos ao entendimento, a fim de estabelecer uma relação de
consultas para esclarecimento de outras questões e para definir uma posição
conciliatória entre os dois interesses, da proteção ao voo e da prática da arte
do "balão junino", sempre possível.
Que Deus
abençoe a todos.
Atenciosamente.
SAB
* Erias,
Alfredo . El Globo de Betanzos, Biblioteca Artabrorum, Espanha, 1996.
** Fonte:
CENIPA
***
Fonte: CENIPA
Em tempo:
"En Khao Lak, Tailandia, a un año del
devastador tsunami y en recordatorio a los cientos de miles de víctimas se
soltaron 5.000 globos, también llamados "linternas". Participaron
familias, habitantes y turistas."
Humberto Pinto Cel
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