Ainda na Direção da Sociedade Amigos do Balão
Escrevi
Pres. da SAB
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Rio, 31jul2008 EDITORIAL
"Balão é bonito, mas é perigoso"
Esse jargão criado pelos detratores do balão e fartamente usado pelas Organizações Globo, para estigmatiza-lo, com a nítida intenção de incompatibilizá-lo com o moderno, não vingou. Mas, tem sido dito que tradições podem ser alteradas pelo Estado, tendo em vista exigências da sociedade. Nesse esforço predador, os detratores, usam linguagem enganosa e a sociedade é sempre citada beneficiária das artimanhas e serve como escudo para esconder suas origens e intenções. Contudo, vamos apresentar algumas reflexões. Qual sociedade? Ora, com certeza, essa exigência não é da sociedade brasileira, generosa, mas que tem sofrido com as vicissitudes da antipolítica imposta ao nosso povo, quem sabe, dilatado por essa mesma gente que condena o balão. No nosso entendimento a sociedade brasileira, como muitas outras, também não aceita romper uma tradição, principalmente das festas juninas e dos balões juninos. São festas das famílias! E a cultura, como fica? Em todas as sociedades a cultura tem a primazia, porque cultura é atributo da natureza humana. A sociedade brasileira quer, sim, a convivência harmônica entre as pessoas e a conseqüente paz social! Agora, vamos perguntar, o que é o moderno? O conceito de moderno, nesse particular, representa apenas uma visão obliqua de parcelas do corpo social, uma interpretação estreita de certa elite presunçosa que se julga prepotente para limitar os gostos e determinar o comportamento das pessoas. No caso presente, parece que estamos diante de um fenômeno pouco comum nas democracias. O surgimento de minorias que se aglutinam para formar o espectro de mando e se insinuam no poder político para instituir normas coercitivas de procedimento a fim de impor comportamentos de acordo com seus modos ou interesses. São grupos oportunistas que acoplam aos governos e com suas intervenções praticam o abuso do poder, na manipulação dos sentimentos do povo. Assim, afetam a relação de respeito entre governantes e governados, pervertem os usos e costumes das populações e corrompem os governos, porque atuam como elementos oportunistas que se insurgem nos momentos de dúvida, com o consentimento tácito dos governantes. Os governantes não recebem esse tipo de procuração, mas, sem convencimento, não hesitam em trair a confiança dos que os colocaram no poder, e cedem na parceria, rompendo o compromisso condicional da obediência. Não pode ser assim. As coisas do povo são necessárias, o que não se pode desprezar. Assim, aí estão as festas juninas e os balões juninos. O balão é feito geralmente de papel de seda e em variados formatos, o qual, enchendo-se da fumaça de uma mecha e aquecendo o ar interno, se faz subir aos ares em certas festas populares: balão de papel . Isso é tradição! Isso é cultura! Agora, vamos examinar as afirmações e concluir: - balão é bonito¹, logo é agradável à vista, ao espírito; é nobre, é generoso; é bom, apetecível; - balão é perigoso², objeto em que há perigo; arriscado. Objeto que causa ou ameaça perigo. Por natureza, o ser humano se aproxima das coisas que lhe fazem bem. Sem dúvida, o esforço no sentido de aproximação é o apetite ou desejo. Quando o esforço vai no sentido de evitar alguma coisa, afastamento, chama-se aversão. No exemplo em discussão: balão é bonito, mas é perigoso, o belo prevalece porque o perigo a ele condicionado é superveniente e incerto; é possível, mas não é provável, o que reduz importância diante da beleza e das virtudes da arte. Para concluir, o que se quer dizer com essa análise é que o Art. 42 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, nasceu de um arranjo de palavras, contraditório e falso, distante da realidade e contrário à idéia popular, portanto desprovido dos pressupostos necessários para a formulação de uma norma capaz de inspirar o sentimento de obediência. Sociedade Amigos do Balão 1 e 2 - Michaellis |
Humberto Pinto Cel
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