DE RODRIGO CONSTANTINO
P/ LETICIA SPILER
RBAZOLI***
Prezada Leticia,
Antes de mais nada gostaria de dizer que admiro
seu talento como atriz e também te considero muito bonita. Infelizmente, você
tem endossado certas ideias um tanto estapafúrdias, aplaudido regimes nefastos
como o cubano, e alegado que se arrepende de ter usado uma camisa com a
bandeira americana no passado, chegando a afirmar que se fosse hoje usaria uma
com o Che Guevara.
Ontem,
sua casa no Itanhangá foi assaltada por bandidos armados, que lhe fizeram de
refém enquanto sua filha dormia logo ao lado. Lamento o que você passou, pois
deve ser, sem dúvida, uma experiência traumática. Nossa casa é nosso castelo, e
se sentir inseguro nela é terrível, especialmente quando temos filhos menores
morando com a gente. A sensação de impotência é avassaladora, e muitos chegam a
decidir se mudar do país após experiências deste tipo.
O que eu
gostaria, entretanto, é que você fosse capaz de fazer uma limonada desse limão,
ou seja, que pudesse extrair lições importantes desse trauma que ajudassem a
transformá-la em uma pessoa melhor, mais consciente dos reais problemas que
nosso país enfrenta. Se isso acontecesse, então aquelas horas de profunda
angústia não seriam em vão.
Como você
talvez saiba, sou o autor do livro Esquerda Caviar, que fala exatamente de
pessoas com seu perfil (aproveito para lhe oferecer um exemplar autografado, se
assim desejar). Artistas e “intelectuais” ricos, que vivem no conforto que só o
capitalismo pode oferecer, protegidos pela polícia “fascista”, mas que adoram
pregar o socialismo, a tirania cubana ou tratar bandidos como vítimas da
sociedade: eis o alvo da obra.
Essa
campanha ideológica feita por esses artistas famosos acaba tendo influência em
nossa cultura, pois, para o bem ou para o mal (quase sempre para o mal), atores
e atrizes são formadores de opinião por aqui. Quando um Sean Penn, por exemplo,
abraça o tiranete Maduro na Venezuela, ele empresta sua fama a um regime
nefasto, ignorando todo o sofrimento do povo venezuelano. Isso é algo abjeto.
No
Brasil, vários artistas de esquerda têm elogiado ditaduras socialistas, atacado
a polícia, o capitalismo, as empresas que buscam lucrar mais de forma
totalmente legítima, etc. Muitos chegaram a enaltecer os vagabundos mascarados
dos black blocs, cuja ação já resultou na morte de um cinegrafista.
Pois bem:
a impunidade é o maior convite ao crime que existe. Quando vocês tratam
bandidos como vítimas da sociedade, como se fossem autômatos incapazes de
escolher entre o certo e o errado, como se pobreza por si só levasse alguém a
praticar uma invasão dessas que você sofreu, vocês incentivam o crime!
Pense
nisso, Letícia. Gostaria de perguntar uma coisa: quando você se viu ali,
impotente, com sua propriedade privada invadida, com armas apontadas para a sua
cabeça, você realmente acreditou que estava diante de pobres vítimas da
“sociedade”, coitadinhos sem oportunidade diferente na vida? Ou você torceu
para que fossem presos e punidos por escolherem agir de forma tão covarde
contra uma mãe e uma filha em suas próprias casas?
Che
Guevara, que você parece idolatrar por falta de conhecimento, achava que era
absolutamente justo invadir propriedades como a sua. Afinal, o socialismo é
isso: tirar dos que têm mais para dar aos que têm menos, como se riqueza fosse
jogo de soma zero e fruto da exploração dos mais pobres. Você se enxerga como
uma exploradora? Ou acha que sua bela casa é uma conquista legítima por ter
trabalhado em várias novelas e levado diversão voluntária aos consumidores?
Nunca é
tarde para aprender, para tomar a decisão correta. Por isso, Letícia, faço
votos para que esse desespero que você deve ter sentido ontem se transforme em
um chamado para uma mudança. Abandone a esquerda caviar, pois ela não presta, é
hipócrita, e chega a ser cúmplice desse tipo de crime que você foi vítima. Saia
das sombras do socialismo e passe a defender a propriedade privada, o império
das leis, o fim da impunidade e o combate ao crime, nobre missão da polícia tão
demonizada por seus colegas.
Te espero
do lado de cá, o lado daqueles que não desejam apenas posar como “altruístas”
com base em discurso hipócrita e sensacionalista, daqueles que focam mais nos
resultados concretos das ideias do que no regozijo pessoal com as aparências de
revolucionário engajado. Será bem-vinda, como tantos outros que já acordaram e
tiveram a coragem de reconhecer o enorme equívoco das lutas passadas em prol do
socialismo.
Um
abraço,
Rodrigo
Constantino
Em tempo: LIBERDADE
Hoje, no Rio de Janeiro
Princesa Kate
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